24/07/2014

inimigos da alma / parte 2

Para abrir um buraco negro
Bastam os pensamentos turvos
A conquista de uma batalha ilusória
Amor contra o ego
A vaidade sanguinária pinta os destroços finais de prêmio
Alimenta a guerra contra o que foge da expectativa
(de quem?)
A tela final não se sustenta
Mergulha no redemoinho que transporta
Transforma e transtorna
Encontro com o soluço abafado pela garganta
O moinho de vento que não encontra saída
O soco que empurra as vísceras para baixo
E as vontades

E a vida

17/07/2014

com sequência

ventres que só reproduzem a necessidade
não servem de colo para perfumar o feto
fiel ao seu rompimento umbilical
um berço de morte acaba de nascer
no vazio da dúvida sem orientador;

o cheiro que me enoja é parte da minha expectativa vã

05/07/2014

paralelas

Quando algo dentro de mim morre
É o amor quem assina
A conta dos corpos moles de prazer
É também a angústia da ferida aberta no outro
Ou o desespero na dúvida
Que quando encaixa as peças desajustadas
A engrenagem se pinta de vida

Que continua, a todo tempo, sujeita à morte