09/11/2014

sede que mata

O leite de teu seio não matou minha sede
Saciei-me com um sangue amargo
De vazios tão ilegíveis.

Meus óculos não encontram filtros
Enxergo o que sinto
No pensamento que crio

Da sede que mata

12/10/2014

Feliz ou infeliz-Mente.

Estas paredes me parecem bem consistentes!
Mas não são de cimento, senhor.
E estes quadros? vejo tantas cores, tantos sorrisos, lágrimas, dores..
Esse estoque é sempre único, o senhor nunca encontrará nada igual!
Mas ainda não sei se quero. O vento aqui parece muito forte.
Ah, isso acontece em baixas estações, varia muito de cada local, às vezes dura apenas alguns minutos, mas às vezes pode durar até uma vida inteira.
Isso não me parece normal. E o verão? onde se esconde?
No mesmo lugar de onde vem o inverno. Isso só depende da forma como o senhor limpará e organizará o seu espaço
E como saberei como fazer isso da melhor forma?
Essa é uma bela pergunta para se buscar a resposta, e poderá encontra-la aqui mesmo.
Hum, que mal cheiro é esse? O que é isso???? quantas fezes. ratosss. corra. esse barulho, de onde vem? é muito escuro aqui, acho que estou caindo!!

Essa é uma parte muito vulnerável da casa.
Olha, isto aqui está me dando enjoo.
Você só precisa cuidá-la sempre.
Não, não quero!! isso me assustou muito. não é normal. nunca ouvi falar em algo assim.

Quem você queria que te falasse?
Ora! não vejo nada que me prenda aqui.
É porque o senhor já está preso.

02/08/2014

em cômodos

Os ratos da casa ainda dão mau cheiro
Indignos de sabor, tampouco vale sua carne
Corroem os pulmões com unhas, dentes e presença
Quando perto, a distância de quem sou
Longe, a reconstrução de quem saudade
O pensamento já redemoinho sem ver
A fúria liquidificante de não ter solução
No ruído sufocante, o chá que ferve
Não acalma,

Aquece

24/07/2014

inimigos da alma / parte 2

Para abrir um buraco negro
Bastam os pensamentos turvos
A conquista de uma batalha ilusória
Amor contra o ego
A vaidade sanguinária pinta os destroços finais de prêmio
Alimenta a guerra contra o que foge da expectativa
(de quem?)
A tela final não se sustenta
Mergulha no redemoinho que transporta
Transforma e transtorna
Encontro com o soluço abafado pela garganta
O moinho de vento que não encontra saída
O soco que empurra as vísceras para baixo
E as vontades

E a vida

17/07/2014

com sequência

ventres que só reproduzem a necessidade
não servem de colo para perfumar o feto
fiel ao seu rompimento umbilical
um berço de morte acaba de nascer
no vazio da dúvida sem orientador;

o cheiro que me enoja é parte da minha expectativa vã

05/07/2014

paralelas

Quando algo dentro de mim morre
É o amor quem assina
A conta dos corpos moles de prazer
É também a angústia da ferida aberta no outro
Ou o desespero na dúvida
Que quando encaixa as peças desajustadas
A engrenagem se pinta de vida

Que continua, a todo tempo, sujeita à morte

29/06/2014

de cabeça pra baixo

Para encontrar o caminho
Ideias, emoções e moral surgem
Como um jogo de cartas que não tem vencedor
Afinal,
A quem oferecer os troféus?
E as vergonhas? E a dor? E os medos? E os erros?
Para um encontro muito de si se perde
E como toda renovação
A morte de uma parte
Pode ser o nascimento de uma outra estrutura inteira,
Mais uma vez

Errante.

19/06/2014

De vir

Um embrião jorra o mesmo sangue que veio do corte da vida
várias vezes ao dia
depende do tamanho das suas indagações
ou do peso de suas respostas encravadas em frágeis estruturas.

Na busca pelo conforto do amor
muito dentro de si se solidifica
ao que para fluir a natureza
fosse preciso se manter dinâmico
como um espaço para o rio que corre
assim como as emoções
ou a dor.
E o que fica
é o que passa,
sempre.


03/06/2014

o comprimido

As veias já não seguem o mesmo caminho.
Na estrada, muito sangue se derrama,
Muito vermelho se confunde
Em muitas cicatrizes mal curadas.
Marcas do desamparo.
Pequenos pontos de um curativo

Tentam conter a explosão

28/05/2014

entre prisão e liberdade

No seio do prazer há a lembrança do desamparo
Como o verde temporário no sertão
Ou o gozo intensificado pela solidão.
Um corpo preso ao pensamento
À carne
Ao tempo,
Inerte.
Mover-se entre os contrastes que nos apresentam
Impulsionados pela semente que pulsa dentro de nós
Faz brotar a vida

Pois do que valem as emoções para as almas paralisadas?

22/05/2014

sóL

sei que
o coração da
lua brilha ao te sentir.
toques de luz que alegram
e acendem sonhos de magia,
ao expandir e refletir-se em realização
mostra-nos a vida fazendo sentido,pois,
onde habita o amor, há também um pouco de nós.

11/05/2014

inimigos da alma / parte 1

o frio sem procedência assopra
as caças, sem casas
na fenda
das vísceras, das palmas, dos rins..

em lágrimas

confunde os fins.

ese

E se eu soubesse a cor da alma
(me) Sentiria melhor?
E se todas as dúvidas fossem apenas a verdade difícil de ser digerida
Poderíamos ter tomado as doses mais claras do que o porre mais escuro depois.
No abismo dos pensamentos

O caminho de ida é o impulso para a volta.

05/05/2014

dúvid.. ARR!

Sonhar já é parte de uma criação,
Mas quem desenha esse buraco que estamos imersos?
Eu, meus pensamentos, minhas ações, meu cheiro da carne podre na rua que ninguém percebeu?
É mais que uma procura por respostas
Ou por aprovação,
Prazer e desespero se confundem na busca pela razão
No fundo

Falta aconchego;

Chega de informação (!?)

01/04/2014

leve

Quando o barulho espreme a cabeça
É em teu corpo que quero mergulhar
E em águas de carinho

Meu ninho

11/03/2014

em busca..

No suspiro seco que se sente a perda
Do fôlego, do ânimo, da vida;
Respostas às perguntas sem soluções
Como um grito em busca de aconchego

Que quando se espera, parece nunca chegar

09/02/2014

tentativa de respirar

Estruturas enfraquecidas em um mergulho que se esquecia do ar na superfície.. ou,
Se esquecia do outro lado da mente.
Enquanto um mentia, o outro se mantinha dormente..
Sufoco,

Oco,


Culpa!
O coração em brasas dilacerava a máquina que nos mantem vivo;
Onde canalizar a dor quando não há mais espaço?
Explodindo a vida

Ou, o desamor.

02/02/2014

em pedaços..



O corpo, alimentado de obrigações, de vontades.. de medo
Dói pela tentativa de saciar meu desejo
Como uma camisa que se perde em teus braços
Mas que se rasga no peito de outros
Perdendo o tom, o cheiro, o sabor..
Até se reconstruir
No colo da minha alma.